Safra de grãos alcançou 10,5 milhões de toneladas em 2021 na Bahia
O décimo segundo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e sistematizado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), relativo a dezembro de 2021, estimou a produção de cereais, oleaginosas e leguminosas, na Bahia, em 10,5 milhões de toneladas (t), o que representa crescimento de 4,4% na comparação com a safra 2020 – que havia sido o melhor resultado da série histórica do levantamento.
Em relação ao levantamento do mês anterior, o resultado apresentou um aumento de 0,5 ponto percentual (p.p.). Destaque positivo para a lavoura da soja, cuja produção deverá alcançou sua máxima histórica. Por outro lado, as demais lavouras dos principais grãos registraram níveis inferiores de produção na comparação com a safra anterior, em razão de fatores climáticos, assim como de mercado.
As áreas plantada e colhida ficaram ambas estimadas em 3,2 milhões de hectares (ha), o que corresponde, nas projeções do IBGE, a uma expansão de 2,6% na comparação interanual. Dessa forma, a produtividade média estimada para a safra de grãos, no estado, foi de 3,28 t/ha, o que representou alta de 1,7% na mesma base de comparação.
A produção de algodão (caroço e pluma), em 2021, ficou projetada em torno de 1,27 milhão de toneladas, o que corresponde a uma queda de 14,0% na comparação anual. A área plantada (268 mil hectares) apresentou recuo de 14,9% em relação a 2020. A pandemia do Sars-Cov-2 atingiu fortemente o setor de vestuário, sobretudo em 2020, contraindo, dessa forma, a demanda e os preços das matérias-primas do setor. Em razão disso, os produtores tiveram menor estímulo para produzir em 2021, o que explica a redução da área plantada e, consequentemente, da produção da fibra.
Os produtores colheram 6,8 milhões de toneladas de soja em 2021 – o melhor resultado da série histórica do levantamento –, o que correspondeu a uma alta de 12,6% em relação a 2020. A área plantada com a oleaginosa totalizou 1,7 milhão de hectares, que superou em 4,9% a de 2020, e o rendimento médio esperado da lavoura ficou em 4,0 t/ha. A alta demanda pelo grão, os preços elevados e o câmbio desvalorizado estimularam o plantio da soja, que foi também beneficiado pelas condições climáticas favoráveis.
As duas safras anuais de milho somaram 2,5 milhões de toneladas em 2021, o que correspondeu a uma retração de 3,9% na comparação anual. Com relação à área plantada (670 mil hectares), o IBGE apontou uma expansão de 7,5% sobre a de 2020. A estimativa da 1ª safra do cereal ficou em 1,9 milhão de toneladas (5,5% superior à de 2020). A 2ª safra ficou em 600 mil toneladas, que apresentou recuo 25,0% em relação ao ano anterior. Apesar do avanço em área plantada e dos preços elevados no mercado interno, a safra do cereal, sobretudo a do período de inverno, sofreu efeitos da escassez de chuvas no período de plantio.
No ciclo que se encerrou em 2021, a produção de feijão totalizou 189 mil toneladas, o que implicou um recuo de 34,8% em relação a 2020. O levantamento revelou uma área de 417 mil hectares plantados, que foi 1,7% inferior àquela observada em 2020. A 1ª safra da leguminosa (103 mil toneladas) apresentou recuo de 24,2% em relação a 2020, e a 2ª safra (86,2 mil toneladas) teve variação negativa de 44,1% na mesma base de comparação.
Para a lavoura da cana-de-açúcar, o IBGE estimou produção de 5,5 milhões de toneladas, alta de 7,3% em relação à safra anterior. A estimativa da produção do cacau ficou projetada em 145,1 mil toneladas, o que representou um crescimento de 23,0% na comparação com 2020.
Em 2021, a produção de café ficou estimada em 207 mil toneladas, 15,9% abaixo da produção verificada no ano anterior. A safra do tipo arábica ficou projetada em 74 mil toneladas, com variação anual negativa 38,6%. Por outro lado, a safra do tipo canéfora ou conilon ficou estimada em 133 mil toneladas, o que corresponde a um aumento de 6,0% na mesma base de comparação. A safra de café, em 2021, passou pelo período característico deste tipo de lavoura denominado de bienalidade negativa.
As estimativas para as lavouras de banana (878,5 mil toneladas), laranja (634,3 mil toneladas) e uva (61,3 mil toneladas), por sua vez, registraram, respectivamente, variações positivas de 3,4%, 0,2% e 35,1%, em relação à safra anterior. Os resultados apontam para o bom desempenho da produção de frutas, em 2021, no estado.
As projeções ainda indicaram uma produção de 861,5 mil toneladas de mandioca, que foi 10,5% inferior à de 2020. A batata-inglesa teve sua produção estimada em 387 mil toneladas, e a do tomate, estimada em 208,2 mil toneladas, teve queda de 13,7% na comparação com 2020.